O PODER DA PRECE

A melhor prece é aquela que nasce da quietude mental, da esperança, da entrega total nas mãos de Deus. O poder da prece está na qualidade da nossa vida mental, exigindo fé, esperança e uma férrea vontade capaz de emitir um poderoso pensamento.

 

“Pedi e obtereis”. Um pensamento só é poderoso se houver vigilância e se a vontade estiver no firme propósito de querer. É a fé em harmonia com o pensamento.

 

Se achamos que precisamos de algo, a prece será um pedido; se queremos agradecer por uma necessidade atendida, a prece será um agradecimento; se queremos apenas a convivência com Deus, a prece será um louvor, uma conversa cheia de bons pensamentos, fé, esperança e iluminação.

 

Quietude mental, meditação e vigilância são indispensáveis para uma boa prece. Precisamos trabalhar nossa mente, educá-la, retirando dela todo pensamento depressivo, indesejável, obsceno, luxurioso, maledicente, retrógrado, preconceituoso, ou seja, todos os pensamentos desprezíveis, próprios de nossa imperfeição. Nesse momento, nossa mente deve se abrir apenas para o pensamento harmonioso, positivo, de paz e de confiança.

 

Com a mente preparada para a oração, é evidente que a força que emana tem muito maior alcance do que a força originada da prece feita apenas como obrigação ou como rotina, dogma.

 

A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige.

 

Devemos saber a quem estamos dirigindo a prece. O que a impulsiona é a sinceridade dos propósitos e a humildade sem afetação. Deve ser inteligível, caridosa, pura, sem mácula nem auto exaltações e expressar o sentimento verdadeiro de estar com Deus em pensamento e de abrigarmo-nos sob sua paternidade e confiança na providência divina.

 

O que Deus concederá, se alguém se dirige a ele com confiança, é a coragem, a paciência e a resignação. E, ainda, os meios de sair por si mesmo da dificuldade. “Ajuda-te que o céu te ajudará”. 

 

Não há prece sem resposta. E a oração, filha do amor, não é apenas súplica. É comunhão entre o criador e a criatura, constituindo, assim, o mais poderoso influxo magnético que conhecemos.

 

Se a oração traduz atividade no bem divino, venha de onde vier, todos os nossos desejos e impulsos razoáveis são atendidos pelas bênçãos paternais e nas aflições jamais permaneceremos ao desamparo.

 

No final de cada dia, antes de nos entregarmos ao repouso, examinemos cuidadosamente as nossas ações. Saibamos reconhecer e condenar o que fizemos de mau, a fim de evitarmos, e louvemos o que houvermos feito de bom e útil. Solicitemos da sabedoria divina suprema que nos ajude a realizar em nós e ao nosso redor a beleza moral e perfeita. Longe das coisas mundanas, elevemos os nossos pensamentos, através da nossa alma alegre e amorosa, para o eterno. Ele descerá, então, com tesouros de paciência e coragem, que tornarão fácil o cumprimento dos deveres e das tarefas de aperfeiçoamento.

 

Para que a prece surta os efeitos desejados é preciso perdoar todas as ofensas recebidas:  

 

“Se trouxeres tua oferenda ao altar, e aí te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa, ali, diante do altar a tua oferenda e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta”, ensinou Jesus (Mateus 5:23-24).

 

Devemos nos lembrar que, ao nos ensinar o Pai-Nosso, nosso querido mestre Jesus condicionou seu perdão às nossas ofensas ao nosso perdão ao irmão ofensor.

 

Na prece abaixo, Chico Xavier propõe uma reflexão sobre os ensinamentos cristãos que recebemos e que devemos repartir, contribuir.  

 

Que eu continue a acreditar no outro-mesmo sabendo de alguns valores tão estranhos que permeiam o mundo.

 

Que eu continue otimista-mesmo sabendo que o futuro que nos espera nem sempre é tão alegre.

 

Que eu continue com vontade de viver – mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, uma lição difícil de ser aprendida. 

 

Que eu permaneça com vontade de ter grandes amigos-mesmo sabendo que com as voltas do mundo alguns vão indo embora de nossas vidas.

 

Que eu realmente sempre tenha vontade de ajudar pessoas- mesmo que muitas delas sejam incapazes de ver, sentir, entender ou utilizar essa ajuda.

 

Que eu mantenha meu equilíbrio-mesmo que os desafios sejam inúmeros ao longo do caminho.

 

Que eu exteriorize a vontade de amar- entendendo que amar não é sentimento de posse, mas de doação!

 

Que eu sustente a luz e o brilho do olhar- mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo escurecem meus olhos.

 

Que eu retroalimente minha garra-mesmo sabendo que a derrota e a perda são ingredientes tão fortes quanto o sucesso e a alegria.

 

Que eu entenda sempre mais a minha intuição-mesmo sabendo que ela sinaliza o que de mais autêntico possuo.

 

Que eu pratique sempre mais o sentimento de justiça – mesmo em meio à turbulência dos interesses.

 

Que eu não perca o meu forte abraço e o distribua sempre.

 

Que eu perpetue a beleza e o brilho de ver – mesmo sabendo que as lágrimas também brotam dos meus olhos.

 

Que eu manifeste o amor por minha família -mesmo sabendo que ela muitas vezes me exige muito para manter a harmonia.

 

Que eu acalente a vontade de ser grande – mesmo sabendo que minha parcela de contribuição no mundo é pequena.

 

E, acima de tudo, que eu lembre sempre que todos nós fazemos parte desta maravilhosa teia chamada vida, criada por alguém bem superior a todos nós, e que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos de alguns, mas, sim, nas pequenas parcelas cotidianas de todos nós!

 

Fonte:

Equipe Sempre Jovem

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