O tratamento da doença de Alzheimer no Brasil

Nem todo médico está apto a diagnosticar e a tratar a doença de Alzheimer, embora isso precise mudar. O profissional médico que faz o atendimento primário precisa ser capacitado para realizar a avaliação cognitiva básica e assim iniciar o tratamento correto.

 

É o médico dos serviços de atenção primária de saúde quem pode detectar a doença de Alzheimer em fases iniciais, podendo, após o diagnóstico, iniciar o tratamento correto, considerando que a maioria dos municípios do país não conta com especialistas (neurologistas, psiquiatras e geriatras), frequentemente profissionais mais experientes na detecção e tratamento da doença de Alzheimer.

 

É necessário capacitar equipes de saúde para o atendimento da população. O que não pode acontecer é o paciente ser tratado com medicamentos inócuos ou com subdoses dos medicamentos existentes ou, ainda, não ser tratado.

 

Duas classes de medicações são utilizadas no tratamento:

 

Inibidores da acetilcolinesterase

 

São utilizados nas fases leve e moderada da doença de Alzheimer, podendo até serem associados a outras drogas nas fases mais avançadas. Principais substâncias: donepezila, rivastigmina e galantamina.

 

Moduladores de glutamato

 

São utilizados na fase avançada da doença de Alzheimer. Principal substância: memantina.

 

Neurologistas, geriatras e psiquiatras são as especialidades médicas prescritoras dessas substâncias isoladas ou combinadas com outras drogas.

 

Um problema difícil para o cuidador é quando o paciente não dorme à noite, não reconhece sua residência e seus familiares e quer “ir para casa”.

 

Antidepressivos como trazodona na hora de dormir, às vezes, ajudam, mas em muitos casos é preciso prescrever um medicamento antipsicótico, como a risperidona, que deve ser administrado em pequenas doses e somente quando não há outra opção.

 

É importante consultar o médico especialista. A situação deve ser reavaliada a cada três meses. Novos medicamentos para a doença de Alzheimer estão em fases avançadas de pesquisa e devem trazer outras possibilidades nos próximos anos.

 

Reabilitação neuropsicológica, psicoterapias, musicoterapia e treinamento cognitivo são muito úteis aos pacientes. O que precisamos mudar urgentemente no Brasil é o esclarecimento do brasileiro quanto à doença de Alzheimer, combatendo o preconceito, mostrando que velhice não é doença e que qualquer mudança ou alteração da memória e de outras funções da cognição justifica a busca de tratamento.

 

Novas políticas de saúde são necessárias para combater a doença de Alzheimer. Lutar pelo acesso à saúde, pela atualização dos profissionais da área e por serviços de atendimento especializados é outro urgente desafio.

× Como podemos te ajudar?