COMO DORMIR MAIS E MELHOR

A ciência avança para ajudar a resolver a qualidade do sono, indispensável para a memória, o. raciocínio, o peso e a vida sexual.

 

Nos últimos anos o número de aplicativos voltados para os insones dobrou. O Sleep Cycle, além de funcionar como despertador, monitora os movimentos durante a noite, elaborando um gráfico que acompanha os estágios de sono. O despertador só toca no momento em que o sono está mais leve, a partir de 30 minutos antes da hora programada para você acordar. Esse mecanismo impede que você acorde no meio de um sonho, o que pode comprometer seu dia.

 

Embora não resolvam os problemas crônicos do sono, os aplicativos chamados gadgets são uma aposta da ciência de dormir bem.

 

Quando dormimos, passamos por quatro etapas iniciais, em que o sono evolui de leve a profundo até atingirmos o RÉM, estágio em que a respiração e a frequência cardíaca se aceleram e os olhos se movem rapidamente.

 

As primeiras etapas do sono descansam nosso corpo, relaxando músculos, baixando a pressão arterial e aprofundando a respiração. O REM é responsável pela manutenção, em que preservamos a memória e liberamos hormônios que equilibram o nosso corpo. É nessa fase que sonhamos. E todo ciclo se reinicia. Uma pessoa saudável passa por quatro a seis desses ciclos completos. A missão dos aplicativos é garantir que não sejamos despertados no meio de um ciclo, evitando, assim, que o sono não seja restaurador.

 

Trabalho, estresse, congestionamentos, barulhos, sensação de perda de tempo podem inviabilizar uma boa noite de sono.

 

Cada vez mais se dorme menos, com menor qualidade.

 

Dormir pouco e de dia mata neurônios. Em um estudo publicado pelo “Journal of Neuroscience”(publicação da Sociedade de Neurociência), os cientistas identificaram que a privação de sono crônica pode ter efeitos ainda mais graves para a saúde. A investigação utilizou experimentos em camundongos e simulou um padrão de sono considerado ruim, mas que é comum em pessoas que trabalham em turnos noturnos e conseguem dormir apenas quatro ou cinco horas durante o dia. Analisando os resultados obtidos, os pesquisadores descobriram que as cobaias chegaram a perder até 25% dos neurônios de uma parte do cérebro chamada de tronco cerebral. O estudo é a primeira evidência de que noites mal dormidas podem leva à morte de células cerebrais.

 

As consequências da baixa qualidade do sono refletem-se na saúde através da falta de concentração, envelhecimento mais acelerado, perda de libido, tendência a engordar, depressão.

 

Doenças degenerativas como o Alzheimer também podem ser consequência de não se dormir bem. Três trabalhos publicados na Espanha e na Inglaterra chegaram à conclusão de que 45% das pessoas que tem distúrbios comportamentais do sono REM (agitação) podem desenvolver doenças degenerativas do cérebro. Ocorre que, quando o estágio REM não acontece como deveria, caem os níveis de dopamina, hormônio responsável pela sensação de bem-estar e estimulante do sistema nervoso. Para quem tem o distúrbio do sono, a queda é de 30% versus 8% da queda normal pela idade.

 

Outra descoberta sobre o poder e a importância do sono para o bom funcionamento do nosso cérebro foi publicada também no “Journal of Neuroscience”. No estudo, pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison descobriram que o cérebro adormecido aumenta a produção de células vitais para o reparo e o crescimento da bainha de mielina, revestimento que assegura a funcionalidade dos nossos neurônios. A chave para esse processo está na síntese de células chamadas precursoras de oligodendrócitos. Essa produção é ampliada durante as horas de sono, enquanto o estado de alerta é marcado por desenvolver genes responsáveis pela morte de células. Esse tipo de conhecimento poder ser de grande importância para o desenvolvimento de métodos mais eficientes de prevenção e combate de doenças como a esclerose múltipla, ocasionada pela degradação da bainha de mielina.

 

Não é preciso dormir oito horas seguidas para ter um sono saudável. Nos últimos anos descobriu-se que a prática de tirar cochilos ao longo do dia funciona bem para muitas pessoas. 

 

A ciência descobriu diferentes perfis de rotina para dormir. Os mais comuns são aqueles que passam oito horas por noite na cama, mas também existem aqueles que preferem dormir um pouco menos ao longo da noite e tirar um cochilo depois do almoço. O que importa é que em algum momento você durma seis horas seguidas. O hábito também é relevante: se você gosta de dormir às 23h, acordar às 6h e depois cochilar à tarde, tudo bem, mas faça isso todos os dias – inclusive aos finais de semana, pois dá ritmo ao corpo.

 

O ideal é criar um ritual de relaxamento uma hora antes de se deitar. Diminuir as luzes da casa e o tom de voz e desligar os eletrônicos pois eles são estimulantes. Você pode ouvir uma música calma, em volume baixo, conversar em um ambiente de penumbra.

 

Para enfrentar os distúrbios do sono, o tratamento deve ser multidisciplinar e específico para cada um. 

 

Remédios para dormir podem causar dependência e sonolência diurna e perder a potência quando usados a longo prazo e causam sintomas de abstinência quando têm seu uso interrompido bruscamente.

 

Em um estudo realizado no Laboratório do Sono do Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (USP), cientistas descobriram mais um aliado no tratamento d apneia do sono, que é a obstrução da respiração quando o indivíduo está adormecido. Segundo os dados da pesquisa, pacientes de apneia moderada conseguiram reduzir em 39% a severidade do distúrbio após três meses de exercícios orofaríngeos. A solução simples tem como chave o fortalecimento dos músculos envolvidos na respiração. Uma das opções para as apneias de risco é o avanço maxilomandibular, cirurgia do palato mole, incluindo úvula (campainha), amígdalas, cornetos, desvio de septo. Outro recurso é a colocação de aparelhos intraorais com bons resultados. 

 

Certamente o seu médico de confiança encontrará a melhor opção para sua dificuldade de dormir.

 

Os médicos são unânimes em nos ajudar a ter uma merecida noite de sono:

  • ir para a cama só na hora de dormir;
  • procurar seguir uma rotina diária na gora de dormir, respeitando o horário;
  • não exagerar na ingestão de cafeína após o almoço;
  •  jantar moderadamente;
  •  não assistir a TV no quarto;
  •  praticar atividade física regularmente e manter o peso;
  •  não fumar;
  •  não beber.

 

Fonte:

Equipe Sempre Jovem

× Como podemos te ajudar?