FÉ: O FIRME FUNDAMENTO DO QUE SE ESPERA E A CERTEZA DO QUE NÃO SE VÊ

Jesus nos mostrou o caminho quando disse que seu reino não é deste mundo e deu-nos o exemplo supremo de fé, pedindo ao criador pelo nosso perdão.

 

Só através do seu exemplo pessoal, da completa renúncia a todos os bens e prazeres, sofrendo estoicamente as dores das ingratidões e agressividades alheias, ele então poderia demonstrar a sua fé incondicional e submissão absoluta à vontade de Deus, atraindo a confiança do homem.

 

O mundo atual, apesar da evolução moral e científica, ainda revela muita dor e injustiça. Mesmo aqueles bem-sucedidos materialmente revelam um vazio existencial, aparentemente inexplicável.

 

Vivemos um momento de reflexão, onde a busca pela religião e a espiritualidade pode nos colocar em sintonia com os ensinamentos do mestre, atenuar nossa dor e trazer paz.

 

O filósofo Pietro Ubaldi diz que Jesus foi o principal personagem para nos falar da fé e o considera um divisor dos tempos, levando-nos a refletir: “Como que, praticando o método da não violência, do amor e perdão, Jesus triunfou neste nosso mundo que é o reino da força animal? Jesus venceu porque não usou a lei dos homens, mas a lei do pai, a justiça. Lei essa que, por ser sutil, escapa à percepção grosseira, material do nível humano, porém, é uma força bem mais poderosa do que a de que nós aqui dispomos.”

 

É sempre tempo de bebermos diretamente na fonte das palavras de Jesus, que são exemplo de sabedoria e união. Poderíamos imaginar a felicidade do mestre se todos, independente das religiões, fizessem dos seus ensinamentos sua conduta cotidiana.

 

Citando, ainda, dois outros eminentes representantes da raça humana, que conheceram o cristianismo quando já adultos: 

 

Einstein: “Nós, judeus, deveríamos reconhecer a profundidade de um homem da nossa raça – Jesus. Se expurgarmos de todos os enxertos subsequentes judaísmo dos profetas e o cristianismo que Jesus pregou, ficaremos com uma doutrina capaz de curar todos os males sociais da humanidade.”

 

Gandhi: “O novo testamento causou-me uma impressão diferente, principalmente o Sermão da Montanha, que me foi direto ao coração. Em minha fé, há lugar para os ensinamentos cristãos. A minha é uma fé imensa, que não se opõe a cristãos… devido ao fato de ter a vida de Jesus o significado e a transcendência a que me referi. Acredito que ele pertença não só ao cristianismo, mas ao mundo inteiro, a todas as raças e povos…”

 

Quando perguntado qual é o mais importante de todos os mandamentos da lei, Jesus respondeu:

 

“Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.”

 

A expressão de nossa adesão ao amor de Deus não é o culto religioso, mas sim o amor concreto e solidário ao nosso próximo. Amar é respeitar a liberdade. 

 

A fé, para ser proveitosa, deve ser ativa, paciente. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, deve velar atentamente pelo desenvolvimento das filhas que dela nascem: a esperança e a caridade.

 

Santo Agostinho diz: “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser.”

 

A fé é o sentimento inato, no homem, de sua destinação futura. É a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode receber seu cumprimento.

 

O verdadeiro homem de bem haure em sua fé a certeza da felicidade que o espera, confia na justiça divina, em sua bondade, em sua sabedoria, sabe que nada ocorre sem a permissão de Deus e se submete, em todas as coisas, à sua vontade. Por isso, coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Não tem ódio, rancor, desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas. Somente alcançaremos a felicidade e a paz que almejamos, quando plantarmos a compreensão e tolerância no coração daqueles que nos cercam.

 

Chico Xavier: “Se Allan Kardec tivesse escrito que Fora do espiritismo não há salvação’, eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus ele escreveu ‘Fora da caridade’, ou seja, fora do amor não há salvação.”

 

Todos nós, humanos, somos tomados por sentimentos de angústia e tristeza.

 

Diz Francois de Genève: “Crede-me, resisti com energia a essas impressões, que enfraquecem em vós a vontade.”

 

Jesus disse: “Tua Fé te salvou; vai em paz.”(Lucas 7,36-8,3.)

 

Jesus, com o Sermão da Montanha, converte a lei de Deus até o nível humano através de oito bem-aventuranças e nos dá a oportunidade de saltar para o patamar do homem evoluído:

 

1ª bem-aventurança – “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.” 

 

Jesus coloca a humildade entre as virtudes que nos aproximam de Deus, enquanto o orgulho dele nos afasta. Os verdadeiros sábios são os que sabem que nada sabem. Os donos da verdade e escravizados pela matéria não podem crer naquilo que ainda não compreendem.

 

2ª bem-aventurança – “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolado”.

 

Felizes os que choram por solidão espiritual, porque sentem que lhes falta algo que o mundo material não pode suprir. Enquanto muitos têm consciência de que lhes falta algo, mas agarram-se na esperança de que essa falta será preenchida pela posição, poder e bens materiais, outros-alcançarão a paz, pois abdicaram das ilusões do ego e descobriram o Cristo dentro de si.

 

3ª bem-aventurança – “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.”

 

Comparemos as violentas conquistas de Hitler e Alexandre, o Grande, com as realizadas por aqueles que usaram o amor, como Jesus, Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá. Para o homem ser evoluído, basta possuir a forca da suavidade e benevolência espiritual e fugir do sentimento de individualidade e posse. O ser evoluído abandona as armas e abraça o inimigo. Para o ser comum, isso é loucura, mas é nessa loucura que se revela a diferença do tamanho evolutivo.

 

4ª bem-aventurança – “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão aciados. “Jesus disse que “Quem bebe desta água (das coisas materiais) torna a ter sede; mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede”.

 

Prece de São Francisco de Assis: “Procure mais consolar que ser consolado; compreender do que ser compreendido, amar que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado.”

 

5ª bem-aventurança – “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”.

 

Felizes os que praticam a caridade para com os fracos, os doentes, os necessitados. Quanto mais se transmite, mais se recebe, pois tudo o que parte de nós, para nós flui. Daí o ensinamento: “É dando que se recebe.”

 

6ª bem-aventurança – “Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus”.

 

O puro de coração representa o desapego completo, a simplicidade e humildade. É aquele que conquistou a bondade, se libertou das aparências e excluiu todo pensamento de egoísmo e orgulho. Eis porque Jesus toma a infância como símbolo de pureza: “Deixem vir a mim os pequeninos.”

 

7ª bem-aventurança – “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.”

 

Felizes os que encontram a paz dentro de si e a distribuem, vibram harmoniosamente e não se deixam dominar pela ira, pelo ódio. Os pacificadores são os construtores da paz.

 

Não é por acaso que a recomendação do Cristo foi: “Reconcilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz e o juiz te entregue ao oficial e te encerrem na prisão” Mateus (5:25). O nosso exemplo de mudança transformará nosso próximo.

 

8ª bem-aventurança – “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.”

 

Jesus conscientiza que muitos dos seus seguidores serão perseguidos por causas religiosas, sociais, raciais, econômicas ou políticas: “Bem-aventurados são vocês, quando os injuriarem e mentindo disserem todo tipo de calúnia por minha causa. Alegrem-se e exultem, porque será grande a sua recompensa nos céus. Do mesmo modo, perseguiram os profetas que vieram antes de vocês Mateus (5,1-12).

 

O amor é a força mais perdurável do mundo. Esse poder criador, exemplificado na vida de nosso Senhor Jesus Cristo, é o instrumento mais poderoso e eficaz para a paz e a segurança da humanidade.

 

Fonte:

Arthur Horta O’leary Jr

× Como podemos te ajudar?