Hipertensão: silenciosa e perigosa. Não tem cura, mas permite o controle

A hipertensão requer muita atenção dos seniores, pois não apresenta sintomas aparentes enquanto prejudica a saúde. O diagnóstico, muito simples, permite o controle e uma vida normal.

 

Mas atenção: mais de 50% das pessoas com mais de 60 anos são hipertensas e uma parcela significativa não toma o medicamento diário porque não sente os sintomas da doença. Trata-se de um enorme equívoco que pode prejudicar a saúde e a qualidade de vida no futuro.

 

A incidência da doença aumenta entre as pessoas com mais de 65 anos, atingindo dois terços dessa população.

 

Aproximadamente um quarto da população adulta tem pressão alta e o diagnóstico é mais comum nas mulheres, embora a doença não discrimine sexo, classe social ou idade.

 

Trata-se de uma doença oriunda de predisposição genética, fatores ambientais, estresse, peso, idade, má alimentação, sal em excesso, álcool e tabagismo. O sangue bombeado pelo coração para irrigar os órgãos ou movimentar-se exerce uma forca contra a parede das artérias. Quando a forca que esse sangue precisa fazer está aumentada, isto é, as artérias oferecem resistência para a passagem do sangue, dizemos que há pressão alta.

 

O aumento da pressão arterial ocorre quando:

 

  • há um aumento no volume de sangue a ser ejetado;
  • os rins não funcionam normalmente;
  • o coração se contrai de modo insuficiente;
  • a frequência cardíaca aumenta, isto é, o coração bate mais vezes por minuto para enviar um determinado volume de sangue;
  • a resistência oferecida pelas artérias para a passagem do sangue está aumentada.

 

A pressão alta é responsável por mais de 40% dos infartos,80% dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. São várias as causas, como fatores hereditários e ambientais, falta de atividade física e hábitos alimentares inadequados.

 

Na maioria dos indivíduos, a pressão alta não causa sintomas, mas, se não tratada, pode ocasionar derrames cerebrais, doenças do coração-como infarto, insuficiência cardíaca (aumento do coração) e angina (dor no peito) -, insuficiência renal ou paralisação dos rins e alterações na visão que podem levar à cegueira. 

 

Muitas pessoas, mesmo diagnosticadas, não seguem o tratamento adequadamente e, por não sentirem sintomas relacionados à doença, acham que estão imunes. Esse é um engano que agrava a doença, conhecida como “inimiga silenciosa”.

 

COMO SE MEDE

 

A pressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. Ela é medida em milímetros de mercúrio(mmHg).

 

Com essa medida, são determinadas duas pressões

 

– mínima: quando ele se dilata ((diastólica)).

 

Valor ótimo de pressão arterial: < 120 x 80 mmHg (12 por 8).

 

Caso você tenha o diagnóstico de pressão alta e deva tomar remédio diariamente, não deixe de fazê-lo. Essa atitude pode salvar sua vida e lhe garantir qualidade de vida.

 

Por incrível que pareça, um ano após o diagnóstico da pressão alta, mais da metade dos pacientes abandona o tratamento. Acredite: somente 25% dos hipertensos controlam corretamente a doença.

 

TRATAMENTO

 

É essencial para impedir complicações e para o paciente levar uma vida normal.

 

A menos que haja uma necessidade evidente para uso imediato de medicamentos, como no caso de pacientes com níveis de pressão arterial de 180 x 110 mmHg, a maioria dos pacientes deve ter a oportunidade de reduzir sua pressão arterial através de tratamento não farmacológico, por meio de medidas gerais de reeducação, também conhecidas como modificações no estilo de vida.

 

DIAGNÓSTICO CORRETO

 

A pressão arterial deve ser aferida na posição sentada, respeitando-se um período de repouso de cinco minutos.

 

Medidas com valores iguais ou superiores a 140 x 90 mmHg são consideradas altas, mas não é possível basear o diagnóstico em apenas uma medição. Se a leitura inicial apresentar um valor alto, deve-se então medir a pressão novamente em seguida e mais duas vezes em pelo menos mais dois outros dias, para assegurar o correto diagnóstico.

 

As leituras não apenas revelam a presença de pressão alta, como também auxiliam na classificação de sua gravidade.

 

DICAS

 

  • Controle o estresse (nervosismo). Tente administrar seus problemas de uma maneira mais tranquila, com calma. Busque o equilíbrio emocional e a qualidade nos pensamentos.
  • Meça sua pressão regularmente.
  • Tenha uma alimentação saudável. Evite açúcares e doces, derivados de leite na forma integral (com gorduras), carnes vermelhas com gorduras aparentes, temperos prontos, alimentos industrializados em latas ou vidros e alimentos processados, como embutidos, conservas, enlatados e defumados.
  • Prefira alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados, temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, frutas, verduras, legumes e produtos lácteos desnatados.
  • Pratique atividade física de três a cinco dias por semana. Faça caminhadas, suba escadas, ande de bicicleta, nade, dance.
  • Mantenha um peso saudável. Também é abdominal importante avaliar a medida da circunferência (cintura), que nos homens não deve ultrapassar 102 cm e nas mulheres, 88 cm.
  • Diminua a quantidade de sal na comida.       
  • Diminua o consumo de bebidas alcoólicas.
  • Não fume! Depois da pressão alta, o fumo é o principal fator de risco de doenças cardiovasculares.
  • Siga as orientações do seu médico; elas contribuirão para o controle da pressão arterial e para a diminuicão dos riscos de doenças cardiovasculares.
  • Se usar medicamentos por recomendação médica, siga corretamente o tratamento.

 

Fonte:

Sociedade Brasileira de Hipertensão.

× Como podemos te ajudar?